quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O matador de Lombeira

Certo dia um homem entrou no boteco para tomar uma cachaça levando uma sacola com dois frangos assados. Vendo os embrulhos o dono do bar quis fazer uma brincadeira. Esperou o homem distrair e trocou um dos pacotes com  frango por outro de torresmos.
O homem bebia e conversava com os outros que estavam no balcão. Dizia ele que era do interior, de um lugar chamado Lombeira e não gostava de brincadeira nem levava desaforo para casa, que já tinha mandado muita gente dessa para melhor só de raiva das brincadeiras. Um típico valentão.
Ouvindo isso, o dono bar  foi ficando assustado porque havia trocado o frango pelos torresmos.
Nesse instante chegou um freguês conhecido, Carlim de dona Zefa, que passou para dentro do balcão. O dono do bar pediu a ele para guardar o embrulho que estava ali debaixo do balcão na cozinha e que chamasse o Tonhão, seu compadre que estava lá dentro para ficar com ele atendendo o balcão. Na verdade queria mesmo era alguém para ajudar caso o homem aprontasse alguma ali.
Carlim   faz-lhe o favor e volta da cozinha comendo uma coxa do frango, pois havia sentido o cheiro do assado e como já era de casa atreveu-se a tirar uma pedaço. Vendo isso o dono do bar começou a tremer de medo e chamou o compadre em voz alta.
Carlim, que comia a coxa do frango, despediu-se e foi embora com mais uns dois que estavam lá. Tonhão vendo que o bar estava vazio também procurou logo o  caminho de casa.
Vendo todos irem embora o homem pediu mais uma dose de pinga, pegou a sacola e foi saindo do boteco.
Ainda meio tremulo o dono do boteco aproveitou e baixou a porta para ninguém mais entrar. Arrumou as garrafas, lavou os copos e ajeitou as mesas para então fechar.
Levantou a porta e saiu. Quando ia preparando para abaixa-la olhou para o lado e avistou o homem vindo na direção do boteco com a sacola na mão. Ficou desesperado e pensando que ele havia descoberto a brincadeira e estava voltando para acertar as contas.
Desceu a porta rapidamente, mas ouviu um grito.
- Espera aí!!!
Achou que era o fim. O homem iria matá-lo.
Foi se aproximando e o dono do bar já não tinha mais onde tremer. Apontou-lhe o dedo e disse:
- Deixa eu beber mais uma ...

Nenhum comentário:

Postar um comentário